segunda-feira, 27 de julho de 2009

O vírus do Rock


Enfim, os anos 70, a geração da TV. Nessa década, o mundo viu o desenvolvimento do Rock. Os anos 60 apresentaram e popularizaram o Rock, mas ainda sim as bandas mantinham certo padrão no som e nas apresentações. Resumindo, seguiam uma fórmula que estava funcionando. Uma banda ou outra aparecia inovando e o que funcionava todo mundo copiava.

A partir dessa década, o Rock passou a ser como a gripe, mutável. Os estilos eram tão diferentes uns dos outros que até geravam dúvidas se era realmente Rock. Não sei ao certo, mas tudo indica que a palavra “vertente” começou a ser utilizada nessa época para definir os estilos. Tudo era Rock, mas cada um do seu jeito. E o primeiro estilo de Rock criado foi definido como Classic Rock, rótulo dado as bandas da década de 60.

O Rock Progressivo oriundo dos anos 60 se espalhou. Pink Floyd e Yes no auge, e Rush finalmente se estabelecendo com Neil Peart na bateria. E mais um monte de bandas, entre elas King Crimson, Jethro Tull, Emerson Lake and Palmer, Love e Gênesis. O Rock Progressivo ganhou força nessa década e é considerada a vertente mais abrangente do Rock. A liberdade que os compositores se davam era tanta que simplesmente viajavam nas músicas e se esqueciam do tempo. Passavam por todos os tons, todas as escalas, todas as métricas, todos os ritmos. E foram os pioneiros da mistura de música clássica com som pesado. Talvez seja o mais surpreendente de todos os estilos de Rock.

Outro estilo de Rock, o Glam Rock, também apareceu. Pelo nome já é possível imaginar como eram as apresentações dessas bandas. Muita purpurina, glitter, maquiagem, cabelos estranhamente longos e cacheados, e roupas coloridas. Hoje podemos até achar estranho, ou homossexual, mas era a moda que criaram. O maior representante desse estilo foi com certeza David Bowie, na época do álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust. Eu nunca curti muito esse estilo, mas reconheço que teve uma participação importante na história do Rock, principalmente para o Rock dos anos 80. Scissor Sisters, The Velvet Underground, T. Rex e The New York Dolls foram outras bandas do estilo que tiveram grande destaque na época.

O Punk Rock também nasceu na década de 70. Na verdade o Punk surgiu num momento em que o Rock em geral vinha caindo em popularidade. Os Hippies mantinham o Rock vivo com o Rock Progressivo, mas a música Disco cresceu com tanta força que deixou o Rock de lado. Nessa época surgiram bandas como Ramones, The Clash, Sex Pistols, The Stooges e Dead Kennedys. Ressuscitaram o Rock com letras simples, agressivas e diretas, que falavam basicamente de drogas, adolescência e brigas. As melodias eram simples e rápidas, e os músicos não tinham técnica nenhuma. Priorizava a diversão imediata e não tinha motivos para reflexão nas letras. A figura de Iggy Pop do The Stooges marcou o Punk Rock, com sangue nos palcos e uma cara de dar medo. E outra banda de destaque foi o Sex Pistols.

Para minha alegria, o Heavy Metal também apareceu nessa década. Com uma mistura do Blues e do Punk Rock, o Heavy Metal surgiu com força no cenário Rock da época. O preto prevalecia como preferência dos metaleiros. O figurino era composto de jaquetas e calças de couro, luvas num estilo de motoqueiros e correntes. O Heavy Metal nasceu para ser mais dark que o Punk, indo até longe demais com o satanismo em suas letras. Sua principal característica não era só um som sujo, mas também pesado ao extremo. Muitas das grandes bandas de Heavy Metal surgiram nessa década. Black Sabbath, Deep Purple, Aerosmith, Led Zeppelin, Kiss, Iron Maiden, Judas Priest, Rainbow, Scorpions, Alice Cooper, para citar algumas. Pode-se dizer que dentro do Heavy Metal surgiram várias “sub-vertentes”, e por isso postarei futuramente um texto só sobre o Heavy Metal.

Em geral, os anos 70 marcaram a história do Rock como a época em que tudo inspirava Rock. Diversas composições distintas, mas com o mesmo impacto e com a mesma intenção. Para se manter vivo contra a onda New Wave e a Disco Music, o Rock se reinventou e se espalhou rapidamente de várias formas diferentes, como um vírus. E mal sabiam os protagonistas desse marco que preparavam uma ponte para a próxima geração, e que eternizavam ali seus nomes na história do rock.

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